Biografia
Carlos Augusto Caminha Vergara
dos Santos (Santa Maria RS
1941).Nascido em 29 de novembro. Gravador, fotógrafo e pintor. Na década de
1950, transfere-se para o Rio de Janeiro, e, paralelamente à atividade de
analista de laboratório, dedica-se ao artesanato de jóias, que são expostas na
7ª Bienal Internacional de São Paulo em 1963. Nesse mesmo ano, volta-se para o desenho
e a pintura, realizando estudos com Iberê
Camargo .
Nesse
período, produz pinturas figurativas, que revelam afinidades com o expressionismo e a arte pop.
Durante a década de 1970, utiliza a fotografia e filmes para estabelecer
reflexões sobre a realidade. O carnaval passa a ser também objeto de sua
pesquisa. Atua ainda em colaboração com arquitetos, realizando painéis para
diversos edifícios, empregando materiais e técnicas do artesanato popular. Em
1972, publica o caderno de desenhos, pela editora Nova Fronteira. Durante os
anos 1980, volta à pintura, produzindo quadros abstratos geométricos, nos quais explora, principalmente, tramas de
losangos que determinam campos
cromáticos. Desde o fim dos anos 1980, emprega pigmentos naturais e
minérios, com os quais produz a base para trabalhos em superfícies diversas. Em
1997, realiza a série Monotipias do
Pantanal, na qual explora o contato direto com o meio natural,
transferindo para a tela texturas de pedras ou folhas, entre outros
procedimentos.
Conhecendo vergara:
A
afirmação inicial do trabalho de Carlos Vergara prova o quanto 1964 foi
divisor de águas na sociedade e na arte brasileira. (...) A marca do mestre
(Iberê Camargo) refletia-se na disposição de dissolver a figura em
constelações tanto nebulosas quanto rigorosas, densas e emblemáticas, no fio
de prumo do abstrato. Mas os desenhos seguintes, entre 1964 e 1965, bastam
para nos garantir que Vergara soubera também absorver as peripécias do sublevado ambiente em torno
(...). Vergara ao mesmo tempo em que ampliava o arsenal de seus materiais,
associando-os ao suporte convencional, tornou mais óbvia a referência ao
Brasil. A bandeira, as palmeiras, as bananeiras, o arco-íris, o índio e o
verde-amarelo tomaram assento prolongado ali, como indícios de um olhar
inquieto e crítico dirigido para um alvo preciso. “Mas, logo adiante, à
maneira de projeto, instantâneos da idéia indo e vindo, memória misturada à
manobra, os trabalhos, particularmente os desenhos, assumiram rumo conceitual inequívoco”.
"Num
país onde boa parte da arte contemporânea se relaciona de modo direto ou
indireto, interagindo ou reagindo, com o capítulo
construtivista que marcou e ainda marca a sua arte, a pintura que
Carlos Vergara vem desenvolvendo desde 1989 produz certa estranheza. Essa diferenciação
se realiza pela forma como ele incorpora questões locais. Paradoxalmente, é estranha pelo
fato de ser uma pintura brasileira sem se ligar aos estereótipos da
província. Quando recusamos os ícones que certa figuração explorou criando
imagens exóticas de si mesmo, passamos a admitir o esforço reflexivo dos
trabalhos construtivistas e pós-construtivistas de Vergara que parece
acreditar que ali no fragmento, no pedaço de parede, pode estar o todo e que
esse encontro não pode ser perturbado por uma racionalidade inibidora, mas
capturado no instante mesmo da impressão das telas. Atual, o sublime aqui não
pressupõe nenhuma transcendência, ao contrário, dirige na penumbra dessas
telas o olhar para esse território onde nos encontramos de tal forma mergulhados
que não o vemos".
"(...)
A obra atual de Vergara faz dele um dos mais inquietos artistas de sua
geração. Recusando-se a restringir-se ao mero prazer de um formalismo esteticista, ele vai mais fundo
em sua busca formal, ao traduzir através dela, com talento e originalidade, uma vontade de
transformação que faz do próprio ato de pintar um gesto contínuo de prazer,
expressão de um processo natural que emana da vida.
Como
quem respira, ele arranca à própria
vida a força de unir esse gesto à natureza, de onde extrai seus pigmentos de
cor e uma energia que age como um halo
que perpassa suas telas e que nelas une forma, cor, luz, calor,
matéria, ação e inação.
Se
revela um pintor à procura de uma brasilidade reconhecível no que poderia
haver de mais brasileiro, a terra, o pigmento da terra, a cor da terra. A
textura que vem dessa terra, com que ele pinta como quem extrai das entranhas
da natureza o mineral mais precioso, constrói uma impressionante gama de
cores terrosas que acrescenta uma notável dose de dramaticidade à sua obra.
Essa
carga dramática é a chave para se explicar seu lado barroco, esse claro-escuro que atravessa suas pinturas e
as torna barrocas, não só pelo sentido religioso com que elas acabam por
impregnar-se, mas também quando ele apela para os sentidos como um chamamento
imperioso. Isso se vê, por exemplo, nas grandes monotipias, que ele imprime
como num ato lúdico, jogando com o pigmento, a cor e a textura que vêm dessa
terra, para construir uma nova forma de expressão que faz da própria pintura
um gesto de interpretação da vida. “Correndo como um veio poderoso por suas
obras, esse gesto a elas se incorpora como força material, uma força vital”.
Material
: Telas; Pigmentos; Pincéis; Força
vital
Significado de Halo
Círculo de luz. A palavra vem do termo
grego que significa disco.
Na arte e na religião, o halo é uma auréola de luz que aparece acima da cabeça
de uma pessoa santificada. São poucos os quadros de Cristo ou de santos,
pintados após o séc. V, que não mostram um círculo brilhante ao redor de suas
cabeças.
O Figurativismo, também conhecido como
arte figurativa é um termo usado para descrever as manifestações artísticas que
representam com realismo a natureza, a forma humana e os objetos criados pelo
homem.[1]
Ela pode ser realista
ou estilizada, desde que haja o reconhecimento daquilo que foi desenhado.
O Expressionismo é a arte do instinto,
trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos.
Utilizando cores irreais, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à
solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar
o sentimento.
“pop art” 1950. Essa expressão, oriunda do
inglês, significa “arte popular”. Ao contrário do que parece, essa arte popular
que define tal movimento não tem nada a ver com uma arte produzida pelas
camadas populares. O “pop art” enquanto movimento abraça as diversas
manifestações da cultura de massa, da cultura feita para as multidões e
produzida pelos grandes veículos de comunicação.
Ao envolver elementos gerados pela
sociedade industrial, a “pop art” realiza um duplo movimento capaz de nos
revelar a riqueza de sua própria existência. Por um lado, ela expõe traços de
uma sociedade marcada pela industrialização, pela repetição e a criação de
símbolos instantâneos. Por outro, questiona os limites do fazer artístico ao evitar
um pensamento autonomista e abranger os fenômenos de seu tempo para então
conceber suas criações próprias.
O movimento “pop art” apareceu em um
momento histórico marcado pelas grandes sociedades industriais outrora afetadas
pelos efeitos da Segunda Guerra Mundial.
Campos cromáticos:
“Cor é vida, porque um mundo sem cor
parece morto.”
“Como uma chama produz luz, a luz
produz cor”
Desenhar desenvolve as capacidades de percepção, comunicação e
criatividade,formando assim um grande campo cromático.
Significado de Sublevado
Que se sublevou; revoltado, amotinado.
sm Aquele que se manifesta, com muitos outros, agindo contra um estado de
coisas.
Significado de Inequívoco
adj. Em que não há equívoco, que não
deixa dúvidas; claro, evidente.
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